9 Plantas que florescem no inverno

Com a proximidade do inverno, a atividade no jardim costuma diminuir, especialmente no sul e sudeste brasileiro, onde a incidência de luz do sol cai sensivelmente. É um processo que tem início já no outono e que atinge seu ápice quando atravessamos o solstício de inverno, no dia 21 de junho. A explicação se encontra na forma como as plantas respondem a maior ou menor disponibilidade de luz solar: um fenômeno que os botânicos chamam de fotoperiodismo e que determina o período de florescimento e o de entrada em estágio vegetativo (crescimento de folhas e ramos). O fotoperiodismo determina o período crítico de incidência da luz solar para formação dos órgão sexuais e explica porque há plantas que florescem no inverno ou em outras estações.

Seguindo esse critério, as plantas podem ser classificadas em três tipos: de dia curto, de dia longo e indiferentes. As de dia curto são as que começam suas floradas a partir do fim do verão até o inverno. As de dia longo, iniciam no fim do inverno até o verão e as indiferentes têm sua florada motivada por outros critérios como frio, vento, umidade relativa do ar etc. Em alguns casos, a florada só acontece mediante a associação de dois ou mais estímulos: por exemplo, diminuição do dia e frio abaixo de determinada temperatura.

No Brasil, temos uma menor quantidade de plantas que florescem no inverno. Nossa “primavera”, por assim dizer, nosso período auge da floração vai de meados de Novembro até fevereiro, decaindo sensivelmente a partir de abril e tornando-se mais raro no inverno. Boa parte das flores que temos nesse período são de árvores que habitavam as florestas decíduas e semidecíduas da região de mata-atlântica, onde, além da diminuição do dia, conta também a menor taxa de chuvas.

Há, no entanto uma exuberância própria nessas flores, cuja forma e cor fogem do lugar comum. Estimular o seu uso no jardim é uma tarefa de grande relevância ecológica.

Das plantas que apresentamos abaixo, quatro não são nativas, sendo uma australiana, uma européia, uma africana e outra nativa do México. Veja abaixo as dicas para manter seu jardim mais florido no inverno.

Sanquézia é uma flor que ocorre naturalmente desde a Amazônia equatoriana, até o estado brasileiro do Acre. Arbusto perene, de coloração marcante, a sanquésia apresenta folhas verdes com nervuras amareladas. A flor é amarela, envolta em brácteas (modificação da folha que envolve e protege a flor) vermelhas. Ocorre naturalmente da desde o Equador até o estado brasileiro do Acre. Não é exclusiva do inverno. Sua bela inflorescência e folhagens mantêm, no inverno, um colorido especial no jardim.

Trepadeira semi-lenhosa, nativa do Brasil, o cipó-de-são-joão (pyrostegia) possui flores tubulares, longas, dispostas em inflorescências que se formam a partir do ápice do ramo. Pode atingir mais de seis metros de altura e cresce especialmente em terrenos aberto, de pastos ou de mata em formação, onde, trepando sobre as árvores pioneiras, dá um belo espetáculo quando florida. É a flor símbolo da cidade de Campinas e suas inflorescências e ramos são usados para enfeitar as festividades juninas do interior de São Paulo.


O florescimento da Heliconia Angusta se dá no inverno e a torna uma boa opção para quem quer ter o jardim florido o ano inteiro. A Heliconia angusta, também conhecida como helicônia vermelha, ou ainda falsa ave-do-paraíso, é originária da mata atlântica do sul do Brasil, sendo bastante freqüente em Florianópolis. Trata-se de uma herbácea entouceirada, com folhas laminares, recurvadas e com tonalidade verde escura. 

Ideal para o cultivo como planta isolada ou em renques, é também muito utilizada como flor de corte. As floração se dá apenas no inverno, tornando-a uma ótima escolha para quem deseja manter o jardim florido o ano inteiro.


Cattleya intermedia nativa do sul do Brasil, floresce em abundância nos meses de agosto e setembro, já para o final do inverno, portanto. Dependendo do inverno, no entanto, pode florescer mais cedo. Ótima para se enfeitar a casa e a varanda ou para o cultivo em árvores, já que é uma espécie nativa.










Laelia anceps, orquídea mexicana que ocorre em região de clima semelhante ao do sul do Brasil. Espécie mexicana, muito adaptada ao nosso clima, recomendada para os mesmos fins da Cattleya intermedia. Floresce do final do outono para o início do inverno e é muito fácil de cultivar.










Da mesma família dos Jacintos, a Ledebouria petiolata, ou hosta africana, é uma folhagem de origem sul-africana bem difundida no Brasil como planta de interior. Trata-se de uma espécie altamente resistente a situações extremas de sombra e seca, cujo principal atrativo são folhas vistosas, de um verde escuro marcante. Fácil de cultivar, é uma ótima opção para interiores.








Normalmente cultivada como planta anual, o Cyclamen persicum Mill., é, na realidade, um planta perene que, à maneira das bulbosas, perde suas folhas durante o período de hibernação. Herbácea tuberosa. As flores são seu atrativo principal, tanto pela beleza, quanto pelo formato espiralado, com as pétalas voltadas para cima – provavelmente daí o nome cyclamen, que significa ciclo, redondo. Floresce o ano todo, mas principalmente na primavera e inverno.






Erythrina speciosa Andrews, é uma arvore ornamental já bastante difundida no paisagismo, é nativa das florestas semidecíduas da mata-atlântica. 












Acacia podalyriifolia A. Cunn ex G. Don., ou simplesmente Acácia mimosa, é uma árvore de pequeno porte, atingindo no máximo 5 a 6 metros de altura. Pertencente a família Fabaceae (ex-Leguminosae) é de origem Australiana e adaptou-se muito bem ao território nacional, sendo utilizada para fins paisagísticos, especialmente no sul e sudeste do país.










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